A ligação entre obesidade e o risco de câncer é clara. Pesquisas mostram que o excesso de gordura corporal aumenta o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer, incluindo o câncer de pâncreas, fígado, mama, intestino, endométrio e esôfago.
Engana-se quem pensa que o problema da obesidade é só ganhar barriga, já que diversos órgãos sofrem com o acúmulo de gordura e muitas alterações ocorrem no metabolismo. Abaixo, alguns dos possíveis mecanismos que facilitam o desenvolvimento do câncer em pessoas obesas:

• Inflamação crônica em todo o corpo
• Aumento na produção de um hormônio chamado estrogênio
• Aumento na circulação sanguínea de um outro hormônio chamado insulina
• Redução da atividade do sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo, um dos mecanismos que temos para combater o surgimento do câncer

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Como a obesidade causa inflamação?

As células adiposas viscerais são grandes e existem em alto número. Esse excesso de gordura não permite muito espaço para o oxigênio, então, esse ambiente com pouco oxigenação desencadeia inflamação.

O processo inflamatório é a resposta natural do corpo a lesões e doenças. Por exemplo, quando você faz um corte profundo, a área ao redor dele fica vermelha e dolorosa ao toque. Essa pequena inflamação circundando a área ferida ajuda a reparar o tecido danificado e favorece o processo de cicatrização.

Mas a inflamação em longo prazo, causada pelo excesso de gordura visceral, pode danificar seu corpo e aumentar seu risco de câncer. Ele acontece quando as células se reproduzem incontrolavelmente, danificando as que estão ao seu redor e causando doenças. Quanto mais células se dividem e se reproduzem, maior o risco de algo dar errado e um tumor se formar.

Como mais estrogênio aumenta o risco de câncer?

Tanto em mulheres como em homens, o estrogênio é necessário para o funcionamento adequado do corpo. Nas mulheres, os ovários são a principal fonte de estrogênio, enquanto que nos homens ele é derivado da testosterona. O aumento exagerado de estrogênio no corpo aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama, por exemplo. Mas qual a relação entre estrogênio e obesidade? As células de gordura também são grandes produtoras deste hormônio; assim, quanto mais gordura, mais estrogênio circulando, e maiores as chances de desenvolvimento de tumores.

E a insulina? Como pode causar câncer?

A inflamação causada pela obesidade pode impedir o organismo de responder adequadamente à insulina. Isso é chamado de resistência à insulina. Quando o corpo não responde corretamente a ela, produz mais dessa substância para compensar isso.

Além da função de controlar os níveis de açúcar no sangue, a insulina também promove a multiplicação de células no organismo. Quando os níveis de insulina estão constantemente elevados, como ocorre na obesidade, ocorre um estímulo para a multiplicação de células em diversas áreas do corpo. Esta multiplicação de células sem controle pode produzir células “defeituosas”, o que pode levar ao câncer.

Câncer e obesidade: o que você pode fazer?

Uma das coisas mais importantes que você pode fazer para diminuir o risco de câncer é manter um peso saudável. Pessoas com a obesidade que provoca principalmente aumento da circunferência abdominal são as mais prejudicadas, por possuírem mais gordura visceral. Existem medidas que você pode adotar para prevenir a obesidade. Veja!

• Mantenha-se ativo. Pratique 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana. Mas respeite seu condicionamento físico.
• Adote uma dieta saudável. Preencha pelo menos 2/3 do seu prato com vegetais, amido, frutas, grãos integrais ou legumes (feijão e ervilha) e 1/3 ou menos com proteína animal.
• Reduza o álcool. Se você ingere bebidas alcoólicas, procure não ingerir bebidas alcoólicas diariamente e não exagere nos finais de semana.
• Descanse bastante. A fadiga e o stress podem aumentar o seu apetite e levar a escolhas prejudiciais.

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Ser obeso ou estar acima do peso prejudica a capacidade do seu corpo de funcionar bem. Assim, manter um peso saudável é essencial para reduzir o risco de câncer e de diversas outras doenças, como doenças cardiovasculares. Por isso, adote essas medidas que sugerimos e não se esqueça de manter o acompanhamento médico constante.