O transplante pode ser a melhor e única opção de tratamento para alguns pacientes portadores de câncer de fígado. Para estes pacientes, a cirurgia de remoção do tumor não é possível, seja pela localização do tumor, devido ao tamanho ou por causa de uma função do fígado já alterada (por exemplo em pacientes cirróticos).

Pacientes portadores de câncer de fígado (carcinoma hepatocelular) podem ser candidatos a transplante e serem colados na lista de espera se tiverem:

• Um único tumor de até 5 cm
• Até 3 tumores, sendo cada um de até 3 cm
• O tumor não pode ter invadido nenhum vaso sanguíneo

Com o transplante, todo o tumor ou tumores serão totalmente retirados, uma vez que durante o transplante todo o fígado doente será retirado. A função hepática irá se normalizar com o novo fígado.

O transplante pode ocorrer com a doação de um fígado de um doador falecido, proveniente da lista, ou ser de um doador vivo. Para ambos os tipos de transplante a condição principal é ter o mesmo tipo sanguíneo (compatibilidade sanguínea). O transplante com doador vivo pode se mostrar uma alternativa interessante em casos selecionados. O transplante intervivos por ser muito mais rápido do que esperar um fígado da lista e apresenta a grande vantagem de diminuir a chance do tumor crescer enquanto o paciente aguarda na lista de espera. Pacientes com tumores fora de critério para entrar na lista de espera por um órgão, mas que ainda assim possuem chances de cura com este procedimento, também se beneficiam com o transplante intervivos.

O doador vivo pode ser alguém da família ou até mesmo alguém não relacionado. O fígado do doador volta a crescer devido a capacidade de regeneração do órgão, mas é importante saber sobre os riscos da doação de fígado antes de tomar a decisão de se tornar um doador.

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Avaliação para o transplante

Caso você seja um potencial candidato a transplante, irá ser submetido a uma série de exames e avaliações para checar como está sua saúde. O transplante de fígado é uma cirurgia de grande porte e você deverá estar com a saúde nas melhores condições possíveis.

Exames de imagem e de sangue serão necessários para confirmar se realmente o transplante de fígado é a melhor opção de tratamento.

Existem algumas condições que se detectadas impedem que o transplante seja feito:

• tiver uma infecção atual ou crônica que não pode ser tratada;
• tiver câncer metastático em uma ou mais partes do corpo;
• tiver problemas cardíacos graves ou outros problemas de saúde;
• apresentar uma condição séria além da doença hepática, que não melhoraria após um transplante;
• não consegue seguir um plano de tratamento;
• consome álcool em excesso.

Lista de espera X doador vivo

Após a avaliação inicial, se for confirmado que você é um candidato a transplante, você receberá uma nota, uma classificação, que irá dizer o quanto seu caso é grave. Essa classificação se chama MELD, e é usada no mundo todo para colocar os pacientes na lista de espera. Assim pacientes com classificação mais alta, notas mais altas, serão colocados nos primeiros lugares, uma vez que isso significa que são pacientes mais graves, com maior chance de morrer.

Nesse momento será discutido se o transplante com doador vivo é uma opção. Caso seja uma opção, o preparo do doador será iniciado e assim que o doador for liberado, o transplante é agendado.

Para doar parte do fígado em vida, o candidato a doador deverá ser uma pessoa saudável, com idade entre 18 e 50 anos e ter grupo sanguíneo compatível. Pode ser familiar, amigo ou mesmo não ter relação nenhuma com a família. A aprovação como doador só ocorrerá após uma avaliação rigorosa da equipe multiprofissional, com o objetivo de reduzir os riscos para o doador. Em caso de doadores não parentes, a análise do caso pela comissão de ética do hospital e de um juiz será necessária para a autorização do transplante.

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