Câncer no Fígado

Carcinoma Hepatocelular ou Hepatocarcinoma

Entendendo os tipos de tumor no fígado:

– CÂNCER PRIMÁRIO (OU TUMOR PRIMARIO): é o câncer que começa e se desenvolve no fígado. Os mais comuns são:

  • Carcinoma Hepatocelular (hepatocarcinoma)
  • Colangiocarcinoma
  • Carcinoma Fibrolamelar
  • Hepatoblastoma

Neste artigo, vamos falar sobre o tipo de câncer no fígado mais comum, que é o hepatocarcinoma (ou carcinoma hepatocelular). Portanto, ao longo do texto, sempre que aparecer a palavra “câncer no fígado”, estaremos falando especificamente sobre o hepatocarcinoma, que é o tipo de câncer no fígado mais comum de ocorre em pacientes com cirrose hepática e hepatite C, por exemplo.

– CÂNCER SECUNDÁRIO (OU METASTÁTICO): é o tumor que começa em outro órgão (por exemplo no intestino grosso ou no pâncreas) e alcança o fígado pela circulação sanguínea. O exemplo mais comum é o câncer metastático colorretal, ou seja, o câncer tem início no cólon e atinge o fígado por meio da circulação sanguínea. Outros tumores também podem provocar metástase hepática, como o câncer de mama.

Câncer no Fígado - Carcinoma Hepatocelular ou Hepatocarcinoma 1

O que é o câncer no fígado (hepatocarcinoma)?

O carcinoma hepatocelular (conhecido também com CHC, ou hepatocarcinoma) é o tipo mais comum de câncer de fígado primário (que nasce no próprio fígado). Ele ocorre com mais frequência em pessoas com doenças hepáticas crônicas, como cirrose causada pelas hepatites B e C, por exemplo.

As células principais que formam o fígado são chamadas de hepatócitos. O câncer no fígado mais comum, que é o hepatocarcinoma, se desenvolve nestas células, por meio de mutações no DNA dos hepatócitos, causadas pela inflamação crônica que existe em pacientes com cirrose, hepatites ou outras doenças crônicas do fígado. Por ser uma alteração nos hepatócitos, este câncer recebe o nome de carcinoma hepatocelular. Devido ao fator tempo, o câncer no fígado em idoso é mais comum do que na população jovem.

Câncer no fígado: causas

Como explicado acima, a inflamação crônica nas células do fígado facilita o surgimento de tumores. Abaixo, as principais causas de câncer no fígado, bem como seus fatores de risco:

  • Hepatite por vírus B
  • Hepatite por vírus C
  • Consumo excessivo de álcool, levando à cirrose alcoólica
  • Cirrose induzida por esteatose hepática (doença gordurosa não alcoólica do fígado)
  • Diabetes
  • Doenças Hepáticas como Doença de Wilson e Hemocromatose

Quais são os sintomas de câncer no fígado?

Os sintomas de câncer no fígado geralmente são muito discretos na fase inicial. Quando os sintomas de câncer no fígado estão presentes, eles variam de pessoa para pessoa, e geralmente surgem em decorrência do crescimento do tumor, sendo eles:

  • Perda de peso
  • Dor no lado direito do abdome superior
  • Perda de apetite
  • Inchaço no abdome
  • Cansaço ou fraqueza
  • Icterícia (olhos amarelados)
  • Urina escurecida e fezes esbranquiçadas
  • Ficar mais doente se tiver hepatite ou cirrose

Esses sintomas nem sempre significam que você tem câncer de fígado. No entanto, é importante discutir quaisquer sintomas com seu médico, pois eles podem sinalizar outros problemas de saúde.

Como evitar o câncer no fígado?

A chance de ter câncer no fígado diminui em pessoas que não possuem inflamação crônica no fígado. Assim, é importante:

  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
  • Manter o peso dentro do recomendável para a idade e altura
  • Evitar exposição e contágio pelo vírus da hepatite C
  • Ser vacinado contra o vírus da hepatite B
  • Não fumar
  • Fazer check-up anual para descobrir se tem gordura no fígado, diabetes outras doenças metabólicas
  • Não utilizar esteróides anabolizantes
  • Fazer exames de imagem com regularidade para descobrir possíveis nódulos no fígado, como o adenoma heopático, que pode ser uma lesão pré-maligna

Como é feito o diagnóstico de câncer no fígado?

EXAMES DE SANGUE: para avaliar a função do fígado e avaliar os níveis de um marcador tumoral chamado alfa-fetoproteína, que pode estar elevada em pacientes com câncer de fígado

ULTRASSONOGRAFIA DE ABDOME: utilizada como exame inicial ou de acompanhamento

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO ABDOME: realizada com contraste endovenoso (chamada de trifásica), com o objetivo de:

  • Diferenciar câncer de fígado de outros nódulos hepáticos
  • Determinar a localização e o tamanho do tumor, caso confirme-se o diagnóstico de hepatocarcinoma
  • Avaliar outros órgãos, para determinar se o tumor está localizado apenas no fígado

RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA: Exame importante para avaliar as características dos tumores do fígado e conseguir diferenciar um tipo de outro.

BIÓPSIA DO FÍGADO (BIÓPSIA HEPÁTICA): Realizada em casos em que não é possível obter o diagnóstico apenas com os exames de sangue e de imagem

Uma vez confirmado o diagnóstico de carcinoma hepatocelular (CHC), outros exames poderão ser necessários para determinar o tipo de tratamento, como tomografia de tórax e cintilografia óssea.

Pacientes considerados de risco para câncer no fígado (dentre eles doentes crônicos por hepatites B e C) devem ser acompanhados por uma equipe especializada em doenças do fígado, para que o diagnóstico seja precoce caso desenvolvam tumores. Dependendo da causa da cirrose, será necessário realizar ultrassonografia de abdome e dosar a alfa-fetoproteína no sangue a cada 3 a 6 meses (para saber mais sobre os exames, clique aqui).

O câncer no fígado tem cura?

Sim, o câncer no fígado tem cura, porém é muito importante que seja diagnosticado no início. Por este motivo, todos os pacientes cirróticos ou com doenças que causam inflamação crônica no fígado, deverão realizar um acompanhamento bastante regular.

Como é o tratamento do câncer no fígado?

Como explicado acima, o câncer no fígado tem cura, quando diagnosticado em estágio inicial. Para que seja decidido qual o melhor tratamento para o câncer no fígado, devemos avaliar:

  • O tamanho do tumor
  • A localização do tumor dentro do fígado, incluindo a proximidade do tumor com estruturas vitais, como veias e artérias
  • Se for cirrótico, o grau de doença que o seu fígado apresenta
  • O estado geral da sua saúde para tolerar determinado tratamento

O câncer no fígado em idoso poderá ser tratado, levando-se em consideração as doenças associadas e o estado geral de saúde do paciente.

Tipos de tratamento para o câncer no fígado

– Cirurgia – Hepatectomia

A cirurgia é o principal tratamento para o câncer no fígado. O objetivo é remover uma porção do fígado (hepatectomia), na qual o tumor está localizado, sendo a primeira opção para tumores em estágio inicial, em pacientes com função hepática boa.

O cirurgião deve ter um alto nível de habilidade para ter sucesso. Como muitas pessoas com câncer de fígado têm algum grau de doença hepática crônica, essa delicada cirurgia deve remover o suficiente do tumor para tratar o câncer e deixar o fígado com tamanho suficiente para que funcione adequadamente.

Diversos testes são realizados antes que seja decidido se o paciente pode realizar a cirurgia de hepatectomia ou se ele se qualifica para outro tipo de tratamento.

– Transplante de Fígado

Se você tiver cirrose em grau mais avançado ou se estiverem presentes múltiplos nódulos, provavelmente um transplante de fígado será a principal opção de tratamento. Nestas situações, a cirurgia parcial (hepatectomia) não será capaz de remover o tumor inteiro sem danificar o restante do fígado, sendo indicada a retirada de todo o fígado e a substituição por um fígado novo, saudável, obtido por doação (saiba mais sobre transplante de fígado).

O transplante de fígado para tratar o câncer no fígado (hepatocarcinoma) com um doador falecido, só poderá ocorrer se o paciente se enquadrar nos Critérios de Milão. Por estes critérios, só poderão ser transplantados pacientes com um tumor único de até 5 cm de diâmetro ou pacientes com até 3 nódulos de até 3 cm cada um. Dependendo do caso, o paciente poderá ser admitido na lista de espera para transplante e fígado após a redução do tamanho do tumor inicial, por uma técnica conhecida como “downstaging”.

– O transplante de fígado para tratar o câncer no fígado pode ser feito com doador vivo (transplante intervivos)?

Sim, o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular poderá ser tratado por meio de um transplante de fígado com doador vivo. Devido a falta de doadores falecidos (doador cadáver), diversas regras são necessárias para que as pessoas com risco maior de morrer enquanto estão na lista recebam as doações primeiro. Esta classificação é feita por pontos, e apesar da gravidade do câncer do fígado ser bem conhecida, a pontuação dos pacientes com hepatocarcinoma costuma ser baixa, e portanto o tempo de espera prolongado.

O transplante de fígado com doador vivo possibilita que o tratamento seja feito de maneira muito mais rápida, já que a existência de um doador vivo permite que a equipe decida a data do transplante. Outra vantagem é que é uma cirurgia programada, e será feita com o paciente em suas melhores condições de saúde (para saber mais sobre o transplante intervivos clique aqui).

No caso do transplante de fígado com doador vivo, o transplante poderá ocorrer com tumores maiores do que os previstos nos Critérios de Milão, porém sem possibilidade de um segundo transplante, caso necessário. A principal desvantagem do transplante de fígado com doador vivo é a exposição do doador a uma cirurgia que ele não precisaria, trazendo riscos a ele. Por isso, sempre que a nossa equipe decide em favor do transplante de fígado com doador vivo, todos os riscos do doador e do receptor são previamente avaliados, por meio de uma avaliação pré-operatória extensa (leia nosso artigo sobre o transplante de fígado com doador vivo no link acima). 

– Ablação do tumor por radiofrequência (radioablação)

A ablação por radiofrequência consiste no uso de temperaturas elevadas para destruir as células do câncer localizadas no fígado. O calor é transmitido por uma agulha, e normalmente é indicado para tumores em localizações difíceis de serem retirados por cirurgia.

Esta técnica pode também ser utilizada para controlar o câncer no fígado enquanto o paciente está na lista de espera por um transplante de fígado. A radioablação não é indicada em tumores grandes.

– Quimioembolização

A quimioembolização pode ser indicada para impedir o crescimento do tumor ou reduzir seu tamanho, permitindo o tratamento cirúrgico. Por meio de um cateterismo (em uma das artérias da virilha), procura-se encontrar a artéria responsável pela “nutrição” do tumor, e então uma dose alta de quimioterápico é injetada diretamente nas células do câncer, sendo também interrompida a “nutrição” do tumor pela artéria.

Como estratégia de tratamento para o câncer no fígado (hepatocarcinoma), a quimioembolização poderá ser utilizada para reduzir o tamanho do tumor e o paciente se tornar elegível para um transplante de fígado. Pode ser utilizada também para evitar o cresciemento do tumor enquanto o paciente está na fila de espera, evitando que perca a indicação do transplante por crescimento do tumor.

Uma outra modalidade de embolização é chamada de radioembolização, onde microesferas contendo um radioterápico atingem as células do câncer também por meio de um cateterismo.

– Outros Tratamentos 

Quando a cirurgia não é uma opção, outras modalidades de tratamento incluem a radioterapia estereotáxica fracionada, que utiliza a energia de raios-x (feixes de prótons) para destruir as células tumorais, a quimioterapia e a imunoterapia.

Qual é o médico que trata o câncer no fígado, em especial o hepatocarcinoma?

O tratamento cirúrgico do câncer no fígado tem melhores resultados quando é liderado por um especialista em cirurgia de fígado e transplante de fígado. É preciso um conhecimento muito específico não só sobre o câncer de fígado, mas também sobre a doença hepática que levou ao desenvolvimento do tumor. O cirurgião discutirá o caso com a equipe de oncologia, hepatologia, radiologia, radiologia intervencionista e equipe multiprofissional, para que juntos decidam o melhor tratamento.

O cirurgião especialista não só em cirurgia de fígado, mas também em transplante de fígado, é capaz de reconhecer quando a cirurgia parcial (hepatectomia) poderá ser indicada com segurança e quando é melhor optar pelo transplante hepático logo no início. Nós da Onco Figado, além da experiência com o transplante de fígado com doador cadáver, fazemos parte da equipe de transplante com maior experiência no Brasil em transplante de fígado com doador vivo, e temos segurança e expertise para indicar este tipo de tratamento quando for necessário, bem como realizar a retirada do tumor ou indicar as outras modalidades de tratamento, de acordo com o perfil do paciente.

Onco Fígado Cirurgia de Fígado e Vias Biliares é de responsabilidade de:

Dr. Rodrigo Vincenzi CRM 104586 (veja o currículo completo)

Dra. Karina Roda Vincenzi CRM 133977 (veja o currículo completo)

Dra Karina Roda Vincenzi e Dr Rodrigo Vincenzi

Câncer no Fígado

Carcinoma Hepatocelular ou Hepatocarcinoma

Entendendo os tipos de tumor no fígado:

– CÂNCER PRIMÁRIO (OU TUMOR PRIMARIO): é o câncer que começa e se desenvolve no fígado. Os mais comuns são:

  • Carcinoma Hepatocelular (hepatocarcinoma)
  • Colangiocarcinoma
  • Carcinoma Fibrolamelar
  • Hepatoblastoma

Neste artigo, vamos falar sobre o tipo de câncer no fígado mais comum, que é o hepatocarcinoma (ou carcinoma hepatocelular). Portanto, ao longo do texto, sempre que aparecer a palavra “câncer no fígado”, estaremos falando especificamente sobre o hepatocarcinoma, que é o tipo de câncer no fígado mais comum de ocorre em pacientes com cirrose hepática e hepatite C, por exemplo.

– CÂNCER SECUNDÁRIO (OU METASTÁTICO): é o tumor que começa em outro órgão (por exemplo no intestino grosso ou no pâncreas) e alcança o fígado pela circulação sanguínea. O exemplo mais comum é o câncer metastático colorretal, ou seja, o câncer tem início no cólon e atinge o fígado por meio da circulação sanguínea. Outros tumores também podem provocar metástase hepática, como o câncer de mama.

Câncer no Fígado - Carcinoma Hepatocelular ou Hepatocarcinoma 1

O que é o câncer no fígado (hepatocarcinoma)?

O carcinoma hepatocelular (conhecido também com CHC, ou hepatocarcinoma) é o tipo mais comum de câncer de fígado primário (que nasce no próprio fígado). Ele ocorre com mais frequência em pessoas com doenças hepáticas crônicas, como cirrose causada pelas hepatites B e C, por exemplo.

As células principais que formam o fígado são chamadas de hepatócitos. O câncer no fígado mais comum, que é o hepatocarcinoma, se desenvolve nestas células, por meio de mutações no DNA dos hepatócitos, causadas pela inflamação crônica que existe em pacientes com cirrose, hepatites ou outras doenças crônicas do fígado. Por ser uma alteração nos hepatócitos, este câncer recebe o nome de carcinoma hepatocelular.

Devido ao fator tempo, o câncer no fígado em idoso é mais comum do que na população jovem.

Câncer no fígado: causas

Como explicado acima, a inflamação crônica nas células do fígado facilita o surgimento de tumores. Abaixo, as principais causas de câncer no fígado, bem como seus fatores de risco:

  • Hepatite por vírus B
  • Hepatite por vírus C
  • Consumo excessivo de álcool, levando à cirrose alcoólica
  • Cirrose induzida por esteatose hepática (doença gordurosa não alcoólica do fígado)
  • Diabetes
  • Doenças Hepáticas como Doença de Wilson e Hemocromatose

Como evitar o câncer no fígado

A chance de ter câncer no fígado diminui em pessoas que não possuem inflamação crônica no fígado. Assim, é importante:

 

  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
  • Manter o peso dentro do recomendável para a idade e altura
  • Evitar exposição e contágio pelo vírus da hepatite C
  • Ser vacinado contra o vírus da hepatite B
  • Não fumar
  • Fazer check-up anual para descobrir se tem gordura no fígado, diabetes outras doenças metabólicas
  • Não utilizar esteróides anabolizantes
  • Fazer exames de imagem com regularidade para descobrir possíveis nódulos no fígado, como o adenoma heopático, que pode ser uma lesão pré-maligna

Quais são os sintomas de câncer no fígado?

Os sintomas de câncer no fígado geralmente são muito discretos na fase inicial. Quando os sintomas de câncer no fígado estão presentes, eles variam de pessoa para pessoa, e geralmente surgem em decorrência do crescimento do tumor, sendo eles:

  • Perda de peso
  • Dor no lado direito do abdome superior
  • Perda de apetite
  • Inchaço no abdome
  • Cansaço ou fraqueza
  • Icterícia (olhos amarelados)
  • Urina escurecida e fezes esbranquiçadas
  • Ficar mais doente se tiver hepatite ou cirrose

Esses sintomas nem sempre significam que você tem câncer de fígado. No entanto, é importante discutir quaisquer sintomas com seu médico, pois eles podem sinalizar outros problemas de saúde.

Como é feito o diagnóstico de câncer no fígado?

EXAMES DE SANGUE: para avaliar a função do fígado e avaliar os níveis de um marcador tumoral chamado alfa-fetoproteína, que pode estar elevada em pacientes com câncer de fígado

ULTRASSONOGRAFIA DE ABDOME: utilizada como exame inicial ou de acompanhamento

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO ABDOME: realizada com contraste endovenoso (chamada de trifásica), com o objetivo de:

  • Diferenciar câncer de fígado de outros nódulos hepáticos
  • Determinar a localização e o tamanho do tumor, caso confirme-se o diagnóstico de HCC
  • Avaliar outros órgãos, para determinar se o tumor está localizado apenas no fígado

 RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA: Exame importante para avaliar as características dos tumores do fígado e conseguir diferenciar um tipo de outro.

 BIÓPSIA DO FÍGADO (BIÓPSIA HEPÁTICA): Realizada em casos em que não é possível obter o diagnóstico apenas com os exames de sangue e de imagem. Uma vez confirmado o diagnóstico de câncer no fígado (hepatocarcinoma ou CHC), outros exames poderão ser necessários para determinar o tipo de tratamento, como tomografia de tórax e cintilografia óssea.

Pacientes considerados de risco para câncer de fígado (dentre eles doentes crônicos por hepatites B e C) devem ser acompanhados por uma equipe especializada em doenças do fígado, para que o diagnóstico seja precoce caso desenvolvam tumores. Dependendo da causa da cirrose, será necessário realizar ultrassonografia de abdome e dosar a alfa-fetoproteína no sangue a cada 3 a 6 meses (para saber mais sobre os exames, clique aqui).

O câncer no fígado tem cura?

Sim, o câncer no fígado tem cura, porém é muito importante que seja diagnosticado no início. Por este motivo, todos os pacientes cirróticos ou com doenças que causam inflamação crônica no fígado, deverão realizar um acompanhamento bastante regular.

Como é o tratamento do câncer no fígado?

Como explicado acima, o câncer no fígado tem cura, quando diagnosticado em estágio inicial. Para que seja decidido qual o melhor tratamento para o câncer no fígado, devemos avaliar:

  • O tamanho do tumor
  • A localização do tumor dentro do fígado, incluindo a proximidade do tumor com estruturas vitais, como veias e artérias
  • Se for cirrótico, o grau de doença que o seu fígado apresenta
  • O estado geral da sua saúde para tolerar determinado tratamento

O câncer no fígado em idoso poderá ser tratado, levando-se em consideração as doenças associadas e o estado geral de saúde do paciente.

Tipos de tratamento para o câncer no fígado

– Cirurgia – Hepatectomia

A cirurgia é o principal tratamento para o câncer no fígado. O objetivo é remover uma porção do fígado (hepatectomia), na qual o tumor está localizado, sendo a primeira opção para tumores em estágio inicial, em pacientes com função hepática boa.

O cirurgião deve ter um alto nível de habilidade para ter sucesso. Como muitas pessoas com câncer de fígado têm algum grau de doença hepática crônica, essa delicada cirurgia deve remover o suficiente do tumor para tratar o câncer e deixar o fígado com tamanho suficiente para que funcione adequadamente.

Diversos testes são realizados antes que seja decidido se o paciente pode realizar a cirurgia de hepatectomia ou se ele se qualifica para outro tipo de tratamento.

– Transplante de Fígado

Se você tiver cirrose em grau mais avançado ou se estiverem presentes múltiplos nódulos, provavelmente um transplante de fígado será a principal opção de tratamento. Nestas situações, a cirurgia parcial (hepatectomia) não será capaz de remover o tumor inteiro sem danificar o restante do fígado, sendo indicada a retirada de todo o fígado e a substituição por um fígado novo, saudável, obtido por doação (saiba mais sobre transplante de fígado).

O transplante de fígado para tratar o câncer no fígado (hepatocarcinoma) com um doador falecido, só poderá ocorrer se o paciente se enquadrar nos Critérios de Milão. Por estes critérios, só poderão ser transplantados pacientes com um tumor único de até 5 cm de diâmetro ou pacientes com até 3 nódulos de até 3 cm cada um. Dependendo do caso, o paciente poderá ser admitido na lista de espera para transplante e fígado após a redução do tamanho do tumor inicial, por uma técnica conhecida como “downstaging”.

– O transplante de fígado para tratar o câncer no fígado pode ser feito com doador vivo (transplante de fígado intervivos)?

Sim, o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular poderá ser tratado por meio de um transplante de fígado com doador vivo. Devido a falta de doadores falecidos (doador cadáver), diversas regras são necessárias para que as pessoas com risco maior de morrer enquanto estão na lista recebam as doações primeiro. Esta classificação é feita por pontos, e apesar da gravidade do câncer do fígado ser bem conhecida, a pontuação dos pacientes com hepatocarcinoma costuma ser baixa, e portanto o tempo de espera prolongado.

O transplante de fígado com doador vivo possibilita que o tratamento seja feito de maneira muito mais rápida, já que a existência de um doador vivo permite que a equipe decida a data do transplante. Outra vantagem é que é uma cirurgia programada, e será feita com o paciente em suas melhores condições de saúde (para saber mais sobre o transplante intervivos clique aqui).

No caso do transplante de fígado com doador vivo, o transplante poderá ocorrer com tumores maiores do que os previstos nos Critérios de Milão, porém sem possibilidade de um segundo transplante, caso necessário. A principal desvantagem do transplante de fígado com doador vivo é a exposição do doador a uma cirurgia que ele não precisaria, trazendo riscos a ele. Por isso, sempre que a nossa equipe decide em favor do transplante de fígado com doador vivo, todos os riscos do doador e do receptor são previamente avaliados, por meio de uma avaliação pré-operatória extensa (leia nosso artigo sobre o transplante de fígado com doador vivo no link acima). 

 

– Ablação do tumor por radiofrequência (radioablação)

A ablação por radiofrequência consiste no uso de temperaturas elevadas para destruir as células do câncer localizadas no fígado. O calor é transmitido por uma agulha, e normalmente é indicado para tumores em localizações difíceis de serem retirados por cirurgia.

Esta técnica pode também ser utilizada para controlar o câncer no fígado enquanto o paciente está na lista de espera por um transplante de fígado. A radioablação não é indicada em tumores grandes.

– Quimioembolização

A quimioembolização pode ser indicada para impedir o crescimento do tumor ou reduzir seu tamanho, permitindo o tratamento cirúrgico. Por meio de um cateterismo (em uma das artérias da virilha), procura-se encontrar a artéria responsável pela “nutrição” do tumor, e então uma dose alta de quimioterápico é injetada diretamente nas células do câncer, sendo também interrompida a “nutrição” do tumor pela artéria.

Como estratégia de tratamento para o câncer no fígado (hepatocarcinoma), a quimioembolização poderá ser utilizada para reduzir o tamanho do tumor e o paciente se tornar elegível para um transplante de fígado. Pode ser utilizada também para evitar o cresciemento do tumor enquanto o paciente está na fila de espera, evitando que perca a indicação do transplante por crescimento do tumor.

Uma outra modalidade de embolização é chamada de radioembolização, onde microesferas contendo um radioterápico atingem as células do câncer também por meio de um cateterismo.

– Outros Tratamentos 

Quando a cirurgia não é uma opção, outras modalidades de tratamento incluem a radioterapia estereotáxica fracionada, que utiliza a energia de raios-x (feixes de prótons) para destruir as células tumorais, a quimioterapia e a imunoterapia.

Qual é o médico que trata o câncer de fígado, em especial o hepatocarcinoma?

O tratamento cirúrgico do câncer no fígado tem melhores resultados quando é liderado por um especialista em cirurgia de fígado e transplante de fígado. É preciso um conhecimento muito específico não só sobre o câncer de fígado, mas também sobre a doença hepática que levou ao desenvolvimento do tumor. O cirurgião discutirá o caso com a equipe de oncologia, hepatologia, radiologia, radiologia intervencionista e equipe multiprofissional, para que juntos decidam o melhor tratamento.

O cirurgião especialista não só em cirurgia de fígado, mas também em transplante de fígado, é capaz de reconhecer quando a cirurgia parcial (hepatectomia) poderá ser indicada com segurança e quando é melhor optar pelo transplante hepático logo no início. Nós da Onco Figado, além da experiência com o transplante de fígado com doador cadáver, fazemos parte da equipe de transplante com maior experiência no Brasil em transplante de fígado com doador vivo, e temos segurança e expertise para indicar este tipo de tratamento quando for necessário, bem como realizar a retirada do tumor ou indicar as outras modalidades de tratamento, de acordo com o perfil do paciente.

Onco Fígado Cirurgia de Fígado e Vias Biliares é de responsabilidade de:

Dr. Rodrigo Vincenzi CRM 104586 (veja o currículo completo)

Dra. Karina Roda Vincenzi CRM 133977 (veja o currículo completo)

Dra Karina Roda Vincenzi e Dr Rodrigo Vincenzi