Nódulo no Fígado: Saiba Tudo!

Nódulo no Fígado

O que é Nódulo no Fígado?

Você sabe quando deve se preocupar com um nódulo no fígado, encontrado durante algum exame de rotina? Saiba mais sobre nódulos no fígado neste artigo completo que a nossa equipe preparou para você!

Neste artigo, você aprenderá:

  • O que é nódulo no fígado?
  • Qual médico acompanha e trata o nódulo no fígado?
  • Quais são os nódulos no fígado benignos mais comuns?
  • Quais são os nódulos no fígado malignos mais comuns?
  • Quais são os sintomas do nódulo no fígado?
  • Quando o nódulo no fígado pode ser câncer?
  • Como descobrir se um nódulo no fígado pode ser câncer?
  • Qual é o tratamento para o nódulo no fígado?

O nódulo no fígado é uma lesão que se desenvolve geralmente pelo crescimento anormal de algumas células, por diversos motivos, podendo ser benigno ou maligno (câncer). Os nódulos no fígado em sua maioria são benignos e cada vez mais identificados em exames de imagem, como na ultrassonografia, já que cada vez mais as pessoas fazem exames para check-up.

O que significam termos como nódulo hipoecogênico, nódulo hipoecoico, nódulo hipodenso e nódulo hipervascular? Estes nomes são utilizados na descrição dos nódulos hepáticos quando encontrados nestes exames, e só por estes termos não é possível definir o diagnóstico, sendo necessária uma avaliação médica. É muito importante reforçar que os nódulos são benignos em sua maioria, mas o diagnóstico definitivo deverá ser dado por um médico especialista, já que uma parte destes nódulos pode ser maligna, exigindo tratamento imediato.

Qual é o médico que acompanha e trata o Nódulo no Fígado?

Uma equipe de cirurgia especializada em cirurgia de fígado e transplante de fígado levará em consideração todos os fatores relacionados neste artigo, sendo capaz de personalizar o tratamento de acordo com cada diagnóstico e perfil de paciente, além de discutir o caso com outros especialistas, como hepatologistas, oncologistas e radiologistas intervencionistas. Recomenda-se que todo paciente com nódulo no fígado seja avaliado por um cirurgião especialista em cirurgia de fígado e vias biliares.

 

Nódulo no Fígado benigno: quais são os mais comuns?

Os principais nódulos no fígado benignos são:

  • Hemangioma hepático
  • Adenoma hepático
  • Hiperplasia nodular focal
  • Cisto hepático

Hemangioma hepático

Esse tipo de nódulo benigno é o mais comum no fígado e se caracteriza como uma lesão sólida, vascular que contém um tecido fibroso e pequenos vasos sanguíneos que, em alguns casos podem crescer.

Seu tamanho pode variar de um nódulo de 1 cm ou menos, até os chamados hemangiomas cavernosos gigantes, tumores benignos com cerca de 10 a 20 cm. É muito raro o hemangioma sofrer uma ruptura espontânea provocando sangramento. A dor também não é comum em tumores menores.

A maioria dos hemagiomas hepáticos não precisa de tratamento. A cirurgia no fígado (hepatectomia) é indicada nas seguintes situações:

  • Crescimento do hemangioma provocando dor ou compressão de outros órgãos
  • Hemangioma cavernomatoso provocando alterações de coagulação

Adenoma hepático

O adenoma hepático é um nódulo no fígado benigno, que tipicamente acomete mulheres jovens (mas pode surgir também em homens) e tem associação com o uso de anticoncepcionais. Alguns estudos mostram um risco até 30 vezes maior em usuárias de anticoncepcionais. Outro fator de risco importante para o desenvolvimento do adenoma hepático é a obesidade.

O uso ilícito de hormônios andrógenos (esteróides anabolizantes), como a testosterona e seus derivados, também contribui para a formação de adenomas.

Apesar de ser um nódulo hepático benigno, o adenoma pode apresentar complicações, como ruptura (causando hemorragia) e progressão para câncer de fígado. Estas complicações estão relacionadas ao subtipo de adenoma hepático, localização e tamanho do nódulo. Nódulos pequenos geralmente podem ser acompanhados com exames de imagem e interrupção do fator de risco, enquanto nódulos grandes (geralmente maiores que 5 cm) têm uma chance maior de precisarem de cirurgia.

 

Hiperplasia nodular focal

Esses nódulos benignos do fígado são massas sólidas e, igualmente aos adenomas, são mais comuns em mulheres em idade fértil. Entretanto, ainda não foi possível traçar um vínculo com os contraceptivos orais para definir se essa é de fato a sua causa.

Diferentemente dos adenomas, porém, essa neoplasia não se rompe espontaneamente e também não oferece riscos significativos de se tornar uma lesão cancerosa. Mesmo assim, pode provocar sintomas desconfortáveis, como a dor abdominal quando maiores. Pelo baixo índice de complicações que estes nódulos podem provocar, raramente precisam de cirurgia, mas é importante que o médico consiga diferenciar este nódulo de um nódulo maligno.

Cistos hepáticos

Os cistos hepáticos são diferentes dos outros nódulos hepáticos benignos porque eles não são sólidos, mas sim uma estrutura cheia de líquidos produzidos pelo fígado. Existem diferentes tipos de cistos, sendo eles:

  • Cisto hepático simples
  • Cistos biliares
  • Cistadenomas
  • Cistos parasitários
  • Doença policística

A maioria dos cistos de fígado encontrados em exames são cistos simples, benignos, mas alguns podem crescer a ponto de provocar compressão em outros órgãos, enquanto outros podem ter uma natureza pré-maligna, com risco de virar câncer, como por exemplo alguns tipos de cistadenoma biliar hepático. Normalmente estas características podem ser observadas em exames de imagem mais detalhados.

Nódulo no fígado maligno: quais são os mais comuns?

Alguns tipos de nódulos podem ser malignos , por isso é importante consultar um médico especialista para diferenciar um nódulo no fígado benigno de um maligno. O nódulo maligno é considerado um câncer, podendo ter surgido no próprio fígado (câncer primário do fígado) ou surgido em um outro órgão e espalhado para o fígado (nódulo metastático). Os principais nódulos no fígado malignos são:

 

  • Carcinoma hepatocelular (ou hepatocarinoma)
  • Colangiocarcinoma
  • Carcinoma fibrolamelar
  • Hepatoblastoma
  • Metástases hepáticas / metástase no fígado

Carcinoma hepatocelular (hepatocarcinoma)

O carcinoma hepatocelular, ou hepatocarcinoma, é o tipo mais comum de câncer no fígado. O hepatocarcinoma pode começar como um tumor único, solitário, ou em outra situação já começar em vários lugares no fígado. Pacientes com cirrose, hepatites B ou C, são pacientes de risco para o carcinoma hepatocelular. Saiba mais sobre o câncer no fígado em um artigo completo que preparamos para vocês, clicando no link abaixo:

Colangiocarcinoma – câncer das vias biliares

O colangiocarcinoma é um tipo de câncer que se origina no epitélio dos ductos biliares. Pode se originar em qualquer lugar ao longo da árvore biliar e geralmente cresce lentamente.

Os ductos (ou vias) biliares têm uma estrutura semelhante a uma árvore dentro e ao redor do fígado e da vesícula biliar. Eles carregam um fluido espesso chamado bile, do fígado para a parte superior do intestino delgado (duodeno) para ajudar na digestão dos alimentos.

O colangiocarcinoma pode surgir dentro do fígado ou nas vias biliares fora do fígado.

Carcinoma fibrolamelar

O carcinoma fibrolamelar é um subtipo raro do carcinoma hepatocelular, que geralmente apresenta uma chance maior de sucesso do tratamento do que outros tipos de câncer de fígado.

Ele acomete mais comumente adultos jovens, e diferentemente dos pacientes com o carcinoma hepatocelular clássico, se desenvolve em um fígado sem doença crônica, ou seja, sem cirrose hepática.

Hepatoblastoma

O hepatoblastoma é um tipo muito raro de câncer de fígado, geralmente encontrado em crianças de poucos meses a 4 anos de idade.

O prognóstico é bom quando detectado cedo, sendo que o tratamento pode ser feito com cirurgia, quimioterapia e até transplante de fígado.

Metástase no fígado (metástase hepática)

O fígado é um local muito comum para onde determinados tipos de câncer podem espalhar. Seu grande tamanho e alto fluxo sanguíneo o tornam um alvo principal para as células tumorais que se movem pela corrente sanguínea.

As metástases no fígado são nódulos sólidos que podem acometer apenas uma área do fígado ou atingir todos os segmentos do órgão. Os tipos mais comuns de metástases para o fígado são decorrentes dos seguintes tumores:

  • Colorretal;
  • Pulmão;
  • Mama;
  • Pâncreas;
  • Estômago;
  • Melanoma;
  • Neuroendócrino

Nódulo no fígado: sintomas

Os pacientes na sua maioria podem ser assintomáticos. Geralmente os sintomas como dor, desconforto abdominal, ocorrem em lesões maiores. Lesões muito volumosas a depender de sua localização podem ser palpáveis e até ocasionar compressão em outros órgãos como estômago e causar sensação de plenitude gástrica.

Quando o nódulo no fígado pode ser câncer?

Em algumas situações, o achado de um nódulo no fígado pode ser mais suspeito de ser um nódulo maligno. Pacientes com doenças crônicas no fígado, como cirrose hepática, esteatose hepática (gordura no fígado), esteatohepatite, hepatite crônica por vírus B ou vírus C, por exemplo, devem realizar exames de rotina para investigar o possível surgimento de um nódulo. Estes pacientes têm um potencial maior de desenvolver um nódulo no fígado maligno, mas podem apresentar também nódulos com comportamento benigno, como nódulos de regeneração e cicatriciais. No entanto, sempre precisam de uma investigação mais precisa.

Em uma outra situação, o fígado pode ser alvo de metástases, situação na qual o paciente tem um tumor em outro órgão e este tumor acaba soltando células que podem atingir o fígado, dando origem às metástases no fígado.

Como descobrir se um nódulo no fígado pode ser câncer?

A diferenciação entre nódulos benignos no fígado e nódulos malignos (câncer) é realizada na maioria das vezes por exames radiológicos. Em determinados casos outros testes podem ser solicitados, como uma biópsia.
Além de realizar um histórico detalhado e um exame físico, seu médico poderá solicitar os seguintes exames:

Exames de imagem

Os exames de imagem mais utilizados são:

Eles são importantes pois vão mostrar o tamanho e a localização dos nódulos, assim como se existe evidência de alguma alteração no parênquima hepático como cirrose e suas complicações.

É útil comparar o tamanho do nódulo com estudos de imagem anteriores (se houver), para determinar se o nódulo no fígado está crescendo.  O acompanhamento com exames de imagem é importante para garantir que o nódulo não esteja aumentando.

Biópsia

Em casos onde o diagnóstico não estiver claro, geralmente é feita uma biópsia hepática. Esse procedimento ambulatorial permite ao patologista examinar uma parte de tecido hepático sob o microscópio, e assim verificar o tecido de uma forma mais precisa, e dizer se existem ou não células cancerígenas.

Exames de sangue

Os exames de sangue podem ser solicitados para avaliar como o fígado está funcionado, como por exemplo a dosagem de AST (aspartato aminotransferase, o mesmo que TGO – transaminase glutâmica oxalacética), ALT (alanina aminotransferase, ou TGP – transaminase glutâmica pirúvica), gama GT (GGT – gama glutamil transferase), bilirrubina total e frações, albumina e coagulograma (tempo de protrombina).

 Além dos exames de função hepática, são realizados também exames como o hemograma com contagem de plaquetas e dosagem de ureia e creatinina para uma avaliação da saúde dos rins.

Marcadores tumorais podem ser solicitados no intuito de diferenciar uma lesão benigna de uma maligna, como a alfa-fetoproteína, o CA 19-9 e o CEA.

Tratamento para o nódulo no fígado – nódulo benigno

O tipo de tratamento vai depender do tipo do nódulo, do seu tamanho, de suas características e dos sintomas que estão potencialmente causando ao paciente. A maior parte dos nódulos benignos não precisa de cirurgia, uma vez confirmado o diagnóstico. Entretanto, nódulos grandes causando sintomas e desconforto ao paciente poderão precisar de tratamento cirúrgico (hepatectomia). Pacientes com adenoma hepático podem precisar de hepatectomia (retirada de uma parte do fígado), dependendo do tamanho do nódulo (geralmente maiores que 5 cm) e do seu subtipo, devido ao risco de ruptura ou malignização.

Tratamento para o nódulo no fígado – nódulo maligno

Em relação ao nódulo maligno no fígado, o tratamento dependerá do tipo de câncer diagnosticado, mas o tratamento cirúrgico é sempre considerado inicialmente como opção de cura. O tipo de cirurgia no fígado e a quantidade de fígado a ser retirado dependerá da localização do nódulo e do tamanho do mesmo, além da saúde do fígado.

Em pacientes com o carcinoma hepatocelular (hepatocarcinoma), o transplante de fígado poderá ser indicado.  Pacientes com metástases hepáticas serão candidatos a tratamento cirúrgico dependendo do tipo de tumor primário (o tumor que provocou o surgimento de metástases). Pacientes com metástase no fígado de origem colorretal são sempre considerados para o tratamento cirúrgico (associado a quimioterapia), com bons resultados de sobrevida.

Outras técnicas poderão ser utilizadas para o tratamento do nódulo maligno no fígado, como a radioablação (ablação por radiofrequência), a quimioembolização além das terapias sistêmicas, como a quimioterapia, a radioterapia e a imunoterapia, sempre dependendo do tipo de câncer diagnosticado.

Cirurgia para nódulo no fígado: como é feita?

A escolha da cirurgia para tratar o nódulo no fígado dependerá dos seguintes fatores:

  • Quantidade de nódulos no fígado
  • Tipo do nódulo no fígado
  • Tamanho do nódulo no fígado
  • Localização do nódulo no fígado (ou dos nódulos)
  • Presença de doença crônica no fígado e grau de funcionamento do órgão
  • Saúde geral do paciente

A cirurgia no fígado é chamada de hepatectomia, que significa a retirada ou ressecção de uma parte do fígado. O fígado é um órgão dividido em segmentos e em dois lados, direito e esquerdo (lobo hepático direito e lobo hepático esquerdo). Assim, os procedimentos mais utilizados são:

  • Metastectomia hepática ou nodulectomia: retirada apenas do nódulo, sem retirar um segmento específico ou um dos lados do fígado
  • Segmentectomia hepática: retirada de um segmento do fígado que contém o nódulo hepático
  • Segmentectomia lateral esquerda: retirada de uma parte do lado esquerdo do fígado, a parte mais lateral
  • Hepatectomia esquerda ou lobectomia hepática esquerda: retirada de todo o lado esquerdo do fígado
  • Hepatectomia direita ou lobectomia hepática direita: retirada de todo o lado direito do fígado. Cabe ressaltar que os dois lados do fígado não possuem o mesmo tamanho, sendo o lado direito maior
  • Trissegmentectomia hepática direita: retirada de todo o lado direito do fígado e mais uma parte do lado esquerdo
  • Trissegmentectomia hepática esquerda: retirada de todo o lado esquerdo do fígado e mais uma parte do lado direito

Quanto a técnica de via de acesso, a cirurgia poderá ser feita por via convencional (cirurgia aberta), por laparoscopia ou por robótica. A escolha da técnica é individualizada para cada paciente, dependendo de todos os fatores relacionados acima. 

Agende sua consulta com a nossa equipe especializada

O diagnóstico correto e o tratamento certo são fundamentais para garantir a sua saúde. Doenças no fígado como nódulos e tumores são acompanhadas por equipes multiprofissionais, mas sempre um cirurgião especialista em cirurgia de fígado e transplante hepático deverá ser consultado, para que todas as possibilidades de tratamento sejam analisadas em conjunto.

Onco Fígado Cirurgia de Fígado e Vias Biliares é de responsabilidade de:

Dr. Rodrigo Vincenzi CRM 104586 (veja o currículo completo)

Dra. Karina Roda Vincenzi CRM 133977 (veja o currículo completo)

Dra Karina Roda Vincenzi e Dr Rodrigo Vincenzi

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