O nosso fígado é muito poderoso. Pensa em um órgão que consegue realizar inúmeras tarefas ao mesmo tempo, e todas super importantes para a nossa vida. Todos os dias produz bile, converte nutrientes da sua dieta, limpa toxinas do sangue, decompõe gorduras, álcool e medicamentos, controla os níveis de açúcar no sangue e hormônios, armazena ferro e muito mais. Realmente se existe um órgão em nosso corpo que é multitasker, esse é o fígado.

Infelizmente os sintomas de doença hepática geralmente aparecem em uma fase já tardia da doença, pois eles significam que o fígado já está muito doente. Pensando nisso a prevenção é o melhor caminho. 

Aqui estão os cinco principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças hepáticas.

• Exposição a toxinas

Enquanto o fígado é responsável pela limpeza de toxinas do sangue, uma super exposição a toxinas pode ser prejudicial. Leia sempre os rótulos de aviso dos produtos químicos usados ​​em casa e lave as frutas e legumes antes do consumo para garantir que você não está digerindo pesticidas.

• Suplementos e medicamentos nocivos

Só porque um suplemento ou remédio é rotulado como “natural” não significa que é bom para você. Muitas ervas (que servem para fazer chás), suplementos e medicamentos “naturais” foram associados a danos no fígado. Informe o seu médico sobre todos os medicamentos, suplementos e eventuais vitaminas que você toma, mesmo remédios ocasionais ou sem receita. Existe um banco de dados, chamado LiverTox® criado pela agência de saúde americana que permite pesquisar os medicamentos, suplementos ou outras substâncias que podem prejudicar seu fígado. Algumas ervas que podem ser nocivas incluem a Aloe Vera, Kava-Kava e Erva de São João. Alguns medicamentos como o paracetamol e anti-inflamatórios podem causar lesão hepática grave quando tomados em doses incorretas ou associados ao álcool.

• Álcool demais

O consumo excessivo de álcool pode levar ao acúmulo de gordura no fígado, chamado de esteatose. Com o avançar da esteatose, essa gordura irá causar inflamação no fígado (esteatohepatite alcoólica). Se a inflamação não é revertida, pode evoluir para a cirrose e até câncer no fígado. Todo esse processo pode começar com o consumo diário de quatro doses para os homens e duas doses para as mulheres.

Essa é uma doença silenciosa nos estágios iniciais; quando os sintomas aparecem, o fígado pode já estar muito danificado. A boa notícia: as pessoas que param de beber quando a esteatose é detectada em estágio inicial, podem reverter o quadro.

Realize sempre um check up do seu fígado com exames de sangue e imagem.

Não tome bebida alcoólica com medicamentos não orientados pelo seu médico, mesmo que em pequena quantidade.

• Obesidade, diabetes ou colesterol alto

Essas condições podem causar doença hepática gordurosa não alcoólica (acúmulo de gordura no fígado, ou esteatose, não causada pelo álcool), que também pode levar a cirrose e câncer de fígado. A doença hepática gordurosa é a causa que mais cresce no mundo que leva a necessidade de transplante de fígado. Como na esteatose alcoólica, ela pode ser revertida no estágio “esteatose apenas”,  cortando carboidratos simples como pão e açúcar e comendo mais frutas, vegetais e proteínas. Atividade física regular é fundamental para o tratamento da esteatose, e se tiver sobrepeso, lutar contra a balança e emagrecer! Outra dica: beba café diariamente, alguns estudos mostram um efeito protetor no fígado quando tomado em quantidades regulares diariamente.

• História de doença hepática

Se você ou um membro da família já teve alguma doença no fígado, você pode estar mais vulnerável às doenças hepáticas. Por exemplo, hepatite B ou C e hemocromatose (acúmulo de ferro no fígado) são fatores de risco para câncer de fígado. Se um parente próximo já teve uma doença genética do fígado, como hemocromatose, doença de Wilson ou deficiência de alfa-1-antitripsina, você deve observar os sintomas e eventualmente ser checado para a presença de alguma delas. Se você ou um familiar próximo teve alguma doença hepática, é de extrema importância evitar o consumo de álcool. Procure seu médico e faça um acompanhamento de maneira regular. Orientações simples podem evitar danos sérios no futuro!