ADENOMA HEPÁTICO: QUANDO O TRATAMENTO É NECESSÁRIO?

adenoma hepático, quando tratar

O que é o Adenoma Hepático?

 

Nem todo tumor, nódulo ou qualquer outra neoplasia que ocorre no fígado é maligna. Isso significa que as doenças que afetam esse órgão também podem ser benignas, mas ainda assim é preciso que elas recebam o correto diagnóstico e tratamento.

O adenoma hepático é um nódulo no fígado benigno, que tipicamente acomete mulheres jovens e tem associação com o uso de anticoncepcionais. Alguns estudos mostram um risco até 30 vezes maior em usuárias de anticoncepcionais.

Na maior parte das vezes, o adenoma hepático é representado por um nódulo único, porém em 30% dos casos podem existir múltiplos adenomas em todo o fígado, sendo a doença chamada de adenomatose. A adenomatose é uma entidade diferente dos adenomas solitários e geralmente pode estar associada a síndromes genéticas, como a glicogenose.

Quais são os fatores de risco para o Adenoma Hepático?

Os fatores de risco mais comuns e bem estabelecidos são:

 

  • Uso de hormônios esteróides (como anabolizantes, por exemplo)
  • Contraceptivos orais (compostos por estrogênio e/ou progesterona)
  • Obesidade e gravidez

Como um terço dos adenomas possuem receptores para estrogênio e progesterona, a gravidez pode ser um risco para o crescimento das lesões existentes, como também representar risco aumentado para ruptura dessas lesões.

O uso ilícito de hormônios andrógenos (esteróides anabolizantes), como a testosterona e seus derivados, também contribui para a formação de adenomas.

Outros fatores de risco incluem: esteatohepatite não alcoólica, síndrome metabólica e obesidade.

Quais são os tipos mais comuns do Adenoma Hepático?

Existem 4 subtipos de adenomas que apresentam diferenças clínicas e radiológicas:

 

  • Mutação HNF1-alfa (ou esteatótico): subtipo comum e raramente associado a complicações.
  • Inflamatório: é um dos subtipos mais comuns e associado a uma das complicações graves do adenoma hepatocelular, o sangramento.
  • β Catenina: um subtipo mais raro. Porém, sua principal complicação é a transformação maligna (pode virar câncer de fígado).
  • Não classificável: até 20% dos adenomas não podem ser classificados em nenhum dos subtipos acima. Raras as vezes em que podem virar câncer.

Como é feito o diagnóstico do adenoma hepático?

Assim como outros nódulos no fígado, os adenomas geralmente são assintomáticos e descobertos incidentalmente em exames de imagem de rotina. Frequentemente atendemos mulheres que descobriram o adenoma durante um check-up solicitado pelo ginecologista. 

Quando apresenta sintomas, a dor abdominal é mais comum e geralmente relacionada ao seu tamanho.

O melhor exame para diagnosticar o adenoma é a ressonância magnética. Em alguns casos, com esse exame é possível até determinar qual o subtipo de adenoma. Em uma parcela pequena dos casos pode ser necessária uma biópsia hepática para diferenciar adenomas β Catenina de outros subtipos.

Quais são as complicações do  adenoma hepático?

Uma das complicações mais frequentes é o sangramento, que pode levar ao aparecimento de dor abdominal repentina e até hemorragia interna. O sangramento é mais frequente em adenomas maiores que 5 cm. Outros fatores de risco são:

 

 

  • subtipo inflamatório
  • localização na parte lateral esquerda do fígado (segmento lateral esquerdo)
  • crescimento para além das bordas do fígado (crescimento exofítico)

Outra possível complicação que pode ocorrer é o adenoma se transformar em câncer de fígado (carcinoma hepatocelular). O risco de um adenoma virar câncer é de até 5%. Fatores de risco são:

  • Sexo masculino (mesmo lesões pequenas)
  • Adenoma hepático com tamanho maior que 5 cm em mulheres
  • Adenomas do subtipo β Catenina

Quais são as formas de tratamento do adenoma hepático?

 

O tipo de tratamento para o adenoma vai se basear nos fatores de risco descritos anteriormente para complicações e transformação maligna, principalmente o tamanho, subtipo do adenoma e sexo do paciente.

Devido ao alto risco de malignidade em pacientes do sexo masculino, os adenomas hepáticos devem ser retirados independentemente do tamanho ou subtipo do adenoma.

Pacientes do sexo feminino com tumores menores que 5 cm de diâmetro podem ser acompanhadas de perto com vigilância anual ou bianual por ressonância magnética. Importante lembrar que o uso de anticoncepcionais ou outros tipos de hormônios deve ser sempre interrompido.

Para pacientes do sexo feminino com adenomas maiores que 5cm, a cirurgia para retirada do adenoma é quase sempre indicada devido ao alto risco de transformação maligna e complicações. Em alguns casos selecionados de subtipos com menor risco de complicações, pode até se considerar observar a evolução.

A cirurgia para tratamento do adenoma hepático pode ser feita por via convencional (cirurgia aberta), técnica laparoscópica ou ainda por robótica. O tipo de hepatectomia (cirurgia de retirada de parte do fígado) vai depender principalmente da localização e do tamanho do adenoma hepático.

Outras medidas muito importantes, em todos os casos, são a perda de peso, o controle da glicemia e do colesterol e a interrupção do estímulo hormonal.

Em caso de dúvidas, ou se precisar de acompanhamento médico, procure a nossa equipe!

 

Onco Fígado Cirurgia de Fígado e Vias Biliares é de responsabilidade de:

Dr. Rodrigo Vincenzi CRM 104586 (veja o currículo completo)

Dra. Karina Roda Vincenzi CRM 133977 (veja o currículo completo)

Dra Karina Roda Vincenzi e Dr Rodrigo Vincenzi

3 Comentários

  1. Tiago

    Estou com cisto de 7cm no fígado ė preciso, fazer cirurgia oi tem outra solução?

    Responder
    • Rodrigo Vincenzi

      Bom dia,

      Os cistos no fígado geralmente são lesões benignas, sendo que a maioria não requer cirurgia. Entretanto, é preciso analisar as características do cisto em um exame de imagem (ressonância magnética, por exemplo), para afastar possibilidade de lesão maligna ou pré-maligna. Outro detalhe é avaliar se o cisto causa sintomas como dor ou compressão em algum órgão. Discuta com seu médico estas possibilidades.

      Equipe Onco Fígado

      Responder
  2. Maiozete Patrícia de Andrade

    Boa noite…estou fazendo alguns exames e vou fazer um ultrassom do abdômen pq fiz ultrassom pra saber se estava com cálculo renal e o médico falou que era pra investigar nódulos que estava aparecendo no fígado 5cm… gostaria de saber sobre consulta com um de vcs

    Responder

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