Afinal, gordura no fígado pode representar algum perigo? A resposta é sim, inclusive risco de virar cirrose hepática e câncer no fígado.

A gordura no fígado, também chamada de esteatose hepática ou fígado gorduroso, antigamente era interpretada como um achado de exame corriqueiro e sem muito significado, principalmente em pessoas obesas.

Com o passar das décadas, os estudos se aprofundaram e uma nova doença foi identificada: a doença hepática gordurosa não alcoólica, também chamada de esteato-hepatite não alcoólica; a tradução disto é uma doença na qual ocorre o acúmulo de gordura no fígado, com potencial para transformação em cirrose hepática, em pacientes que não fazem uso de bebidas alcoólicas.

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Quais são os fatores de risco para gordura no fígado e a doença hepática gordurosa não alcoólica?

A gordura no fígado está relacionada aos seguintes fatores:

• Obesidade ou pessoas com sobrepeso, principalmente acúmulo de gordura na cintura
• Índices altos de glicose no sangue, indicando pré-diabetes ou diabetes tipo 2
• Resistência alta à insulina (muito ligado à obesidade)
• Níveis sanguíneos elevados de colesterol e triglicérides
• Síndrome metabólica: combinação dos fatores acima e hipertensão arterial

Quais são os riscos da gordura no fígado?

Em algumas pessoas, a gordura no fígado não trará problemas. Entretanto, em outras, a presença da gordura no fígado é capaz de provocar uma inflamação nas células hepáticas, chamada de esteato-hepatite, que em últimos casos pode se transformar em cirrose hepática e câncer de fígado.

Pessoas que são diagnosticadas com gordura no fígado, geralmente por exame de ultrassonografia, e apresentam nos exames de sangue enzimas hepáticas alteradas, têm um risco maior de ter a doença: dosagens elevadas  de aspartato aminotransferase (AST ou TGO), alanina aminotransferase (ALT ou TGP)  e  gama glutamil transferase (Gama GT ou GGT).

Como ocorre a progressão de gordura no fígado para cirrose hepática?

A inflamação aguda nas células do fígado, quando não tratada, favorece o aparecimento de uma inflamação crônica. A inflamação crônica significa que as células do fígado estão sendo agredidas diariamente, de maneira contínua.

Como consequência, começa a ocorrer lesão e dano nas células do fígado. Com o passar do tempo, a inflamação crônica vai produzindo cicatrizes no fígado, e as células do fígado passam a ser substituídas por fibrose.

Quanto mais fibrose no fígado, menor é o funcionamento dele. Assim o quadro de cirrose hepática tem início, e a pessoa tem uma chance maior de desenvolver câncer de fígado, conhecido tecnicamente como carcinoma hepatocelular.

Para resumir, veja a sequência abaixo:

1. Acúmulo de gordura no fígado
2. Inflamação aguda nas células do fígado (esteato-hepatite)
3. Inflamação crônica, causando agressão contínua ao fígado
4. Cicatrizes no fígado (fibrose)
5. Cirrose hepática
6. Câncer de fígado (carcinoma hepatocelular)

Como prevenir a gordura no fígado?

Um estilo de vida saudável reduz não só a chance de ter gordura e inflamação no fígado, como também diminui o surgimento de diversas outras doenças. A seguir dicas de como reduzir o risco de desenvolver doença hepática e câncer de fígado:

• Mantenha um peso saudável:manter um peso saudável é uma das coisas mais importantes que você pode fazer para reduzir o risco de desenvolver fígado gorduroso.
• Coma uma dieta saudável baseada em vegetais:dois terços do seu prato deverá ser de legumes, frutas e grãos integrais. O terço restante deverá conter uma proteína magra. Limite a quantidade de alimentos ricos em gordura e açúcar que você come.
• Mantenha-se fisicamente ativo:Tente realizar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física vigorosa a cada semana.
• Pare de fumar e limite o uso de álcool

Como tratar a gordura no fígado e a esteato-hepatite não alcoólica?

Na maior parte dos casos, o tratamento será a mudança de hábitos de vida, com o início de uma dieta balanceada e saudável, perda de peso e atividades físicas regulares. Confira outras medidas:

• Perda de peso de 3% a 10% do seu peso total
• Exercícios físicos regulares
• Controle de colesterol
• Controle de diabetes
• Interromper o uso de bebidas alcoólicas, mesmo que em pequena quantidade
• Informar ao seu médico todos os medicamentos, vitaminas e suplementos que faz uso (alguns podem agredir o fígado)

Em algumas situações, pode ser necessário o uso de medicamentos para ajudar na recuperação metabólica. O seu médico pode recomendar também a ingestão de Omega 3 e vitamina E, além da realização de uma ressonância nuclear magnética de abdome.

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A gordura no fígado quando não levada a sério pode se transformar em um problema sério no futuro. Aproveite para se cuidar agora. Se precisar de uma consulta, a nossa equipe de especialistas está à disposição.